Ao longo das minhas reflexões e dos cursos que tenho assistido, tenho-me deparado com algumas questões de base na vida das empresas e dos empresários, sobre as quais, desenvolvi as minhas reflexões.
Uma dessas questões, é a diferença entre estas três figuras, que não têm de ser três pessoas diferentes, mas devem ser as três postas em prática nas empresas.
Nas PME's, muitas das vezes, a responsabilidade de encarnar estas três figuras é de uma mesma pessoa, normalmente, o dono do negócio, aquele que teve a ideia, aquele que o criou. Neste sentido, as funções inerentes a estas três figuras, eu arriscaria a dizer que não são todas desenvolvidas.
Ser gestor, significa olhar para o passado, analisar o comportamento da empresa ao longo dos últimos anos, fazer a ponte entre aquilo que foi gerado internamente, e aquilo que aconteceu no globo, ou seja, no exterior, ou seja, naquilo que nós não conseguimos controlar. Ser gestor, é olhar para o passado, é preocuparmos-nos essencialmente com a geração de informação, que sirva de base para a tomada de decisões no futuro.
Ser empreendedor, é no meu entender, ser um visionário, um futurista, alguém que pensa no presente e projecta as suas ideias e o seu querer, a sua visão, no futuro, e com isso, consegue impactar positivamente a equipa e fazê-la acreditar na sua visão de negócio, no seu projecto. O empreendedor projecta a sua visão para fazer a empresa crescer. O empreendedor deve ser um verdadeiro pensador
Ser empresário é ser essencialmente técnico, é estar essencialmente preocupado com as operações e com o desenvolvimento operacional do negócio, sendo que, o papel desta figura numa empresa, deve ser o de desenhar ou co-desenhar um plano de crescimento e, acompanhar a equipa na execução desse mesmo plano.
Um dos problemas nas empresas, em especial nas PME's, é que, o empresário, que foi na grande maioria dos casos, quem criou o negócio, quem o pensou, e quem o está a gerir, não passa o tempo suficiente a pensar e a projectar o negócio no futuro, olhando para os dados do passado. Essencialmente, podemos dizer que o empresário não está a encarnar as três figuras essenciais. Gestor, Empresário, Empreendedor.
Não havendo este equilíbrio, e não existindo um plano de crescimento, é quase certo que a empresa começará a "morrer", e, como na maior parte dos casos, levará consigo o empresário, que está cansado e sem rumo, pois aquilo que fez foi trabalhar o máximo de horas que podia, com a empresa auto-centrada em si e nas suas acções, e quando esta começou a pedir mais tempo, ele não estava lá, porque já não conseguia mais.
É essencial para o bom funcionamento de um negócio, que os empresários, os donos dos negócios, comecem a parar para pensar, encarnem estas três figuras, e deixem de ser apenas meros técnicos e desenvolvedores de operações.
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